A decisão do Ministério da Saúde, de encerrar as urgências pediátricas no turno da noite nas unidades hospitalares de Setúbal e Barreiro, embora adiada por enquanto, não deixa de emitir mais um sinal preocupante que mantém a lógica de se encerrar os serviços segundo critérios numéricos, que são arbitrários por natureza.
Tratando-se, neste caso, da margem sul, talvez esteja ainda sob o efeito da afirmação do ex-Ministro Mário Lino, de que "ali é um deserto"…
Seja como for, o argumento de que a procura é escassa, revela-se assustador por mais uma vez se submeter a critérios economicistas, de rentabilidade e total insensibilidade para com o drama humano das famílias que sentem a aflição de uma criança que necessite de serviços de saúde urgentes. E é intolerável o argumento adicional de que a cerca de 40 quilómetros há outras unidades disponíveis.
Também o argumento da falta de médicos, não pode justificar o encerramento de unidades cuja procura afinal é “escassa”… As soluções devem passar sempre pela resolução dos problemas e nunca por varrer o problema para baixo do tapete.
Quando o ser humano deixa de ter qualquer valor transcendente e passa a ser encarado como número ou estatística, então todas as atrocidades e irresponsabilidades se tornam possíveis….
Toda e qualquer decisão política que vise encerrar serviços, fundamentada na lógica da rentabilidade ou de critérios numéricos, é por si atentatória contra a dignidade humana.
Se é verdade que a decisão do Ministério, neste caso, foi travada e adiada em virtude da mobilização das populações afectadas, actuação esta com a qual o PNR se solidariza e aplaude, não deixa de ser também verdade que a ameaça destas políticas de razia e encerramentos paira sempre no ar e merecem a vigilância atenta dos portugueses.
O PNR repudia tais políticas de encerramentos, pois defende a Vida e a sua qualidade acima de tudo, rejeitando as “soluções” fáceis e insensíveis. (PNR)
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