A Queima das Fitas 2009 vai ser o maior evento do país livre de emissões de carbono. O feito vai ser conseguido através da plantação de 4.200 árvores, um pouco por toda a cidade. A iniciativa inédita está integrada no âmbito da Eco-Queima, e arrancou ontem junto ao Exploratório de Coimbra, onde foram plantadas 15 árvores, de um total de 110 que ali vão ficar, e que assinalam o mesmo número de anos da mais antiga festa académica do país.
Por Coimbra vão depois ser plantadas as restantes na altura adequada, a maioria na Quinta de São Jerónimo. O objectivo é compensar a comunidade e reduzir o impacto ambiental que uma festa como a Queima das Fitas provoca na natureza.
Feitas as contas, entre as movimentações de 800 mil pessoas, o consumo de electricidade no recinto, transportes dos estudantes e bandas e produção de resíduos, os nove dias de festa geram o equivalente a 1.270 toneladas de dióxido de carbono emitidas para a atmosfera.
«Achava que éramos mauzinhos para o ambiente, mas não tinha ideia de que era assim tanto!» comentou Rita Borges, presidente da COQF 2009.
«Não podíamos ficar indiferentes» diz a responsável, para quem um dos papéis da comissão é «marcar e consciencializar para as preocupações ambientais de forma significativa». A vontade de «cobrir todas as áreas» levou a organização a querer actuar também nesta, já que «estava um pouco em aberto e queríamos ter um papel de intervenção», justifica Rita Borges.
Para atingir a meta a que se propõem, os estudantes assinaram ontem uma Carta de Compromisso com a Eco Progresso, uma consultora em alterações climáticas, e que calculou o impacto ambiental da Queima. A Câmara Municipal de Coimbra é outro dos parceiros na actividade. Carlos Encarnação considera que as sucessivas comissões organizadoras da festa têm trazido «inovações significativas que permitem que a autarquia acompanhe os desenvolvimentos ao nível das preocupações sociais, como o consumo de bebidas alcoólicas, a redução do ruído e o ambiente».
O presidente apontou esta iniciativa como uma das mais expressivas da organização, e justifica a parceria ecológica pela «preocupação ambiental que tem sido dominante na acção administrativa» da equipa que dirige na câmara.
Na cerimónia de assinatura esteve também Pedro Saraiva, vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), que felicitou a ideia dos estudantes, a quem referiu que «o desenvolvimento sustentável também está no topo das preocupações da UC, quer no ensino como na investigação».O professor entende que «a ideia de tradição só serve se a projectarmos no futuro», e relembrou as três regras que apontam nesse sentido: fazer um filho para manter a demografia, escrever um livro, para transmitir conhecimento, e plantar uma árvore, para deixar um ambiente melhor.Quanto aos custos da actividade, vão ser suportados pelo quarto parceiro da Carta de Compromisso, a Vodafone, que vai investir 25 mil euros na plantação das 4.200 árvores e num projecto de requalificação de uma área verde dentro do perímetro urbano de Coimbra. Para tornar a pegada ecológica da Queima neutra, estes mais de quatro milhares de árvores vão ter que “trabalhar” durante trinta anos para absorver as emissões de carbono. (Diário de Coimbra)
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