segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
A co-incineração foi estudada por políticos, porque se tivesse sido estudada por cientistas experimentavam-na primeiro em animais!
Da co-incineração de resíduos perigosos resulta inevitavelmente a libertação de Poluentes Orgânicos Persistentes, nomeadamente, dioxinas e furanos que são altamente cancerígenos e cujos efeitos subsistem durante mais de 30 anos.
Acresce que o cimento que resulta da co-incineração vem impregnado de grande parte dos resíduos perigosos que são submetidos ao processo de queima.
A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública diz que não estão reunidas as condições técnicas que permitam dizer que a co-incineração é a solução de menor risco para a Saúde Pública, e considera que existem argumentos que apontam para riscos sérios não controlados.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) considera que o actual estado da saúde da população de Souselas "não pode ser ignorado nas decisões" sobre a co-incineração de resíduos perigosos.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia, entidade científica que estuda as doenças da mama, mostrou-se convicto de que as dioxinas desempenham um papel importante no aparecimento do cancro da mama.
Não está demonstrada a necessidade de qualquer queima de resíduos tóxicos. Já encontrámos alternativas para muitos deles, e tudo indica que também existem alternativas para aqueles que ainda não foram estudados. Quer recorrendo à reciclagem quer utilizando a pirólise (em que os resíduos são queimados a altas temperaturas sem que haja libertação de gases para a atmosfera).
Os efeitos nefastos da co-incineração vão fazer-se sentir em primeiro lugar em Souselas e no Outão.
No entanto é preciso reafirmar que pouco a pouco a contaminação do ar dos solos e do cimento vai começar a fazer-se sentir. Em primeiro lugar nas populações vizinhas como é caso de Coimbra, depois em tudo o que comemos proveniente de campos de cultivo próximos e em ultima analise os nos cimentos utilizados na construção, que contaminados não deixaram infelizmente de prejudicar a saúde dos moradores e muito mais a saúde de quem os vai manusear.
Cem países, entre os quais Portugal, assinaram em Maio de 2001 uma Convenção que diz que a co-incineração é um processo perigoso que deve ser eliminado o mais depressa possível, portanto embora alguns países utilizem este método de queima, para cumprirem o Protocolo vão ter que o abandonar.
Este negócio é óptimo para as cimenteiras porque, para além de não gastarem no combustível ainda são pagas para co-incinerar.
Só o governo do Sr. Eng, não quer perceber a realidade e persiste nesta negociata com o lobby das cimenteiras. Vai ser difícil que o Supremo aceite o recurso, mas se o fizer e se a sua decisão não for favorável a Souselas, a Coimbra e ao país, saberemos lutar, quanto mais não seja nas eleições que se aproximam.
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