quarta-feira, 4 de março de 2009
Assaltou papelaria no Arnado à luz do dia e levou mil euros
Assaltante encostou faca de cozinha à barriga da funcionária e exigiu o dinheiro que estava na caixa registadora
Entrou como se de um cliente normal se tratasse. Desfolhou algumas das revistas e perguntou por outras. Os clientes foram entrando e saindo da Papelaria Arquivo, na Rua Dr. Manuel Rodrigues, paredes meias com o Tribunal de Coimbra, mas houve um que por ali permaneceu muito tempo. Aproveitando o momento que idealizou como oportuno, preparou-se para pagar duas revistas. Quando a funcionária se preparava para somar as parcelas em dívida, já só sentiu uma faca de cozinha encostada à barriga.
Sem reagir, a mulher fez o que o homem, «alto e entroncado, em resumo bem constituído», lhe pediu. O dinheiro que estava na caixa registadora, «à volta de mil euros», passaram para a mão do larápio, que se colocou em fuga em direcção ao Arnado. Antes, ainda deu um encontrão numa cliente que se preparava para passar a porta da entrada. A funcionária da papelaria gritou, mas o assaltante desapareceu sem deixar rasto em passo de corrida.
Tudo isto aconteceu em plena luz do dia, com o relógio a andar perto das 14h00, numa das zonas mais movimentadas da cidade e com uma paragem dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), sempre com gente à espera do autocarro, à porta. Tal cenário não causou, no entanto, qualquer inibição ao criminoso, que usava «uma camisola vermelha» e actuou de «cara destapada», embora a proprietária não confirmasse, com certeza absoluta, tratar-se de um cidadão português.
«A minha colega [funcionária] foi ter com ele, duas ou três vezes, para o ajudar e ele disse-lhe que andava à procura de revistas de caça e da Playboy», afirmou Vanuza Souza, proprietária, há seis anos, da Papelaria Arquivo. A funcionária, que ali trabalha «só no período da manhã», ficou «muito assustada e chorou muito». «Até fui aqui ao lado [ervanária] comprar-lhe um calmante. Pela forma como saiu daqui, não sei se vem amanhã [hoje] trabalhar», confidenciou Vanuza Souza.
O facto de estarmos no início do mês, época destinada à renovação dos passes dos SMTUC, contribuiu para que o dinheiro em caixa fosse mais do que é habitual. Além da venda de jornais e revistas, a papelaria é agente payshop, o que significa que recebe diversos pagamentos de facturas e carregamentos de telemóveis ao longo do dia. «Tenho aqui muito dinheiro que não é meu», revelou Vanuza Souza, antes de afirmar que tem seguro, desconhecendo, contudo, se o prejuízo está acautelado.
«O meu marido é que trata dos seguros. Não sei se paga isto. Tudo isto é incrível. É uma coisa de loucos», disse a proprietária da papelaria, que se ausentou do estabelecimento para ir a casa. «Fui buscar o almoço e quando voltei já tinha sido assaltada», acrescentou Vanuza Souza. As forças da autoridade estiveram no local, entre as quais agentes da Brigada Anti-Crime da Polícia de Segurança Pública, para recolheram o testemunho da funcionária.
Apesar deste ter sido «o primeiro assalto durante o dia e à mão armada», a Papelaria Arquivo foi assaltada duas vezes nos últimos dois anos. «Foi de noite e levaram senhas e tabaco», revelou Vanuza Souza, que logo concluiu: «A sorte é que, durante o dia, tiramos várias vezes o dinheiro da caixa, mas, agora, tenho de me precaver ainda mais. Não sei muito bem como vou fazer».
Proprietária da papelaria“impediu” roubo à mão armada
O povo costuma dizer que «um azar nunca vem só». Ontem, parece que foi o que aconteceu a Vanuza Souza. Depois do assalto à sua papelaria no Arnado, acompanhou a funcionária até ao carro desta, estacionado na zona da Rua de Aveiro. Quando descia as Escadas de Santa Justa, que ligam a Rua Figueira da Foz à Rua de Aveiro, para voltar ao trabalho presenciou uma tentativa de roubo à mão armada. Um homem tinha uma arma apontada a uma mulher e estava a exigir-lhe o cartão multibanco.
«Vestia um casaco com capuz e tinha uma arma na mão encostada à perna», referiu Vanuza Souza, que, sem querer, acabou por fazer fracassar o roubo. «Ele deixou a rapariga, que também vinha a descer as escadas, mandou-nos embora às duas e fugiu», contou. De seguida, as duas mulheres subiram até à Rua de Aveiro e mandaram parar uma ambulância. Esta chamou a polícia, que, de imediato, se deslocou ao local com diversos efectivos na tentativa de localizar o assaltante, mas sem sucesso.
FONTE
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