quarta-feira, 4 de março de 2009

O ministro da agricultura "mente aos portugueses todos os dias"


O presidente da CAP-Confederação dos Agricultores Portugueses disse hoje que o ministro da agricultura "mente aos portugueses todos os dias", “o Ministério da Agricultura ainda não pagou as ajudas de 2007 ao sector”.
A CAP manifestou preocupação porque o PME Invest exclui o sector agrícola e criticou o ministério da Agricultura que diz estar completamente destruído a nível de funcionamento.

“As ajudas de 2007 ainda não foram pagas”, disse João Machado acrescentando que, por esse motivo, os agricultores portugueses estão em desigualdade em relação aos colegas comunitários.

O responsável lembrou que José Sócrates prometeu mil milhões de euros para a modernização da agricultura mas que “com este ministro não há um único contrato de investimento assinado”.

João Machado teceu fortes críticas ao governo, dizendo que “o diálogo com o Ministério não foi possível nos últimos quatro anos” e que “o Governo tem uma política anti mundo rural, contra a agricultura”.

“Existe claramente uma opção de esterilizar o mundo rural, que representa 80% do território nacional”, acrescentou.

Após o início das desastrosas políticas da União Europeia, estes são os sectores da nossa economia que mais se ressentiram.
Políticas como a PAC têm constituído a desgraça e o desespero dos nossos agricultores, constatando-se o abandono crescente dos campos, fomentado por Bruxelas, a redução da população activa neste sector, a carestia dos produtos agrícolas, mercado português inundado de produtos de qualidade inferior e impondo uma concorrência desleal, graças aos baixos custos que a agricultura intensiva, lesiva do ambiente e da saúde dos consumidores proporciona.
As quotas de produção constituem outro mecanismo vergonhoso, que prejudica quem trabalha e é produtivo. Há muita gente em situação de pobreza e até passando fome, mas prefere-se destruir produtos agrícolas em nome de interesses, que nada têm a ver com Portugal.

O PNR propõe-se:

• Salvaguardar o mundo rural, através da revitalização dos campos, encorajando o turismo de qualidade, as animações culturais e ajudando os jovens agricultores a conservar o gosto dos trabalhos da terra.
• Implementar uma linha de crédito bonificado para os jovens agricultores, nomeadamente para a aquisição de equipamento, e criação de escolas profissionais para estes sectores.
• Proteger a agricultura tradicional, diversificada e biológica, defendendo as explorações de média dimensão e de dimensão familiar, cujo papel económico, social e ambiental não pode ser esquecido. Para tal, deve haver uma moratória das dívidas dos pequenos agricultores, uma redução da burocracia e um apoio aos preços dos produtos agrícolas.
• Promover uma política de etiquetagem, de modo a privilegiar a qualidade à quantidade e o consumo de produtos naturais e regionais.
• Promover o desenvolvimento das culturas susceptíveis de serem utilizadas como matérias-primas industriais, bem como aquelas que mais se adequam às condições naturais do nosso país.
• Desenvolver uma política de ordenamento do território racional e credível, que permita a exploração sustentada da silvicultura, bem como a expansão desta actividade económica.
• Proteger a fertilidade dos solos, desenvolvendo medidas de combate à erosão e à desertificação.
• Assegurar a maior independência alimentar possível, tendo em conta possíveis convulsões internacionais ou catástrofes naturais e criar nichos de produção que consigam penetrar nos mercados externos.

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