terça-feira, 25 de novembro de 2008

Quando o crime compensa


Absolvições e penas aliviadas no “gangue do multibanco'.
Eu torço para que tenhamos um dia em Portugal governos com fibra e coragem suficientes para enfrentar escândalos como este. Infelizmente, parte da intelectualidade e do pensamento politicamente correcto degeneraram para um radicalismo tão irracional quanto perigoso, ao pensar mais no criminoso que na vitima. Mas talvez eu esteja sendo injusto quando uso "irracional". A loucura pode ter raízes bastante racionais, especialmente quando atende a determinados propósitos.
Observo, com angústia, a diminuição gradual e crescente dos valores morais e éticos. Os escândalos são tão frequentes e a impunidade, também e que tudo se tornou normal, previsível. A população perdeu sua capacidade de indignação e as pessoas já não se chocam com os absurdos que vemos diariamente. Esse lapso de consciência e de cidadania é extremamente preocupante, na medida em que não podemos tolerar que o Portugal seja terreno fértil para oportunistas sem valores e sem carácter.
O crime tem maior capacidade de organização do que o Estado. Há dois aspectos a considerar: a inexistência de um sistema de segurança pública eficiente e as falhas do sistema judicial. Os crimes são cometidos à luz do dia, nas ruas, nos semáforos, e os delinquentes andam por aí, tranquilamente, impunes. O sistema de segurança pública é deficiente e a população vive permanentemente assustada. As forças de segurança não são remunerados dignamente e à altura e muitas vezes vêm o seu trabalho criticado ou desvalorizado, o que favorece a indolência e corrupção, além de suas condições de trabalho serem obsoletas e inadequadas.

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