quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O crime violento já não é um “privilégio” das grandes cidades


Desactivaram o alarme, desmontaram o sistema de videovigilância e furtaram um milhão de euros em ouro. Foi num armazém de Vilamar, no concelho de Cantanhede, algures entre sexta-feira à noite e ontem de manhã.
Numa fugaz troca de palavras com o JN, a filha de Idalino de Almeida Patrão, um dos maiores empresários do ramo da ourivesaria, na região de Cantanhede, disse que o assalto só foi detectado ontem de manhã, à hora de entrar ao serviço. Foi o "quinto" assalto a vitimar a empresa Patrão Novo & Filhos Ldª, nos últimos anos, contabilizou a filha de Idalino Patrão.
No último desses assaltos, em Junho do ano passado, um empregado da empresa foi mesmo atingido, por dois tiros de caçadeira, à porta do armazém. Mas a acção só rendeu, a quatro homens encapuzados, uma mala de relógios. Já desta feita, o crime foi "bem elaborado", comentou fonte da Polícia Judiciária de Coimbra. Confirmou que não é qualquer pessoa que consegue desactivar um sistema de alarme, mas não adiantou nada sobre a investigação.
Tudo se terá passado de forma muito discreta. "Moro a 50 metros e não dei por nada", contou um vizinho, no café de Vilamar onde o patrão do armazém de ouro, na casa dos 80 anos, costuma aparecer todos os dias, para uma hora de sueca. "Este fim-de-semana, não veio", confirmou uma mulher, atrás do balcão do Café Central, sugerindo que Idalino Patrão terá passado o fim-de-semana prolongado fora da terra. Ontem, também não jogou às cartas. "Ele está muito em baixo", deixou escapar a filha, na luxuosa vivenda da família, a 100 metros do armazém.
Neste edifício de um andar apenas, tudo terá começado com a desactivação do respectivo alarme.
Também foram registados arrombamentos de uma das janelas, com por persianas de alumínio, e de dois cofres onde estaria o ouro, avaliado num milhão de euros, contou a GNR. "Limparam tudo", acrescentou um morador.
No armazém, era guardado ouro que, posteriormente, seria vendido em ourivesarias. Mas o negócio está coberto por um seguro. Recentemente, apurou o JN, Idalino Patrão e o seu genro, que também é sócio da empresa, até terão trocado de seguradora.
Amanhã poderá ser num lugar perto de si.
Não acha que já é tempo de mudar de rumo?

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