sábado, 10 de janeiro de 2009
Coimbra: ambientalista contra viaduto sobre o Choupal
O ambientalista e botânico Jorge Paiva manifestou-se esta sexta-feira contra a travessia do Choupal por um viaduto, prevista num projecto rodoviário, considerando que constitui «um atentado paisagístico e ambiental», que «vai destruir grande parte» daquela mata nacional, noticia a Lusa.
«Quantas árvores vão deitar abaixo? Quantas vão replantar? Uma árvore cresce debaixo de uma ponte?», questionou em declarações à agência Lusa o professor catedrático aposentado do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra.
A Declaração de Impacto Ambiental (DIA) relativa ao estudo prévio do projecto «IP3 - Coimbra (Trouxemil)/Mealhada. IC2 - Coimbra/Oliveira de Azeméis (A32/IC2) e IC3 - Coimbra/IP3», emitida na semana passada, é favorável, embora com várias condicionantes, à travessia em viaduto do Rio Mondego e da Mata Nacional do Choupal.
Jorge Paiva, frequentador habitual daquele espaço verde, desportivo e de lazer, alertou também para os efeitos da nova travessia no Choupal em termos do ruído e da qualidade do ar e lembrou que, como os ventos dominantes no vale são oriundos do mar, a poluição será «empurrada» para o centro da cidade.
O Provedor do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra, Salvador Massano Cardoso, reiterou esta sexta-feira as suas críticas à DIA neste aspecto específico, manifestando o seu desagrado com a decisão de viabilizar a travessia do Choupal em viaduto.
Segundo o provedor, o parecer da Comissão de Avaliação é também desfavorável à solução, por entender que «os impactos na Mata Nacional do Choupal são negativos, muito significativos e de carácter permanente, comprometendo o seu uso e diminuindo o seu reconhecido valor em todas as suas valências».
Na posição da Provedoria emitida esta semana a propósito da DIA, Massano Cardoso refere que também a Autoridade Florestal Nacional deu parecer desfavorável à travessia do Rio Mondego naquela área.
«Estou muito preocupado com o facto de os estudos de avaliação do impacto ambiental não serem valorizados. É uma decisão meramente política», disse hoje o catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra à agência Lusa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário