Na primeira semana de Janeiro, a laboração esteve parada devido à quebra nas encomendas, afectando 220 trabalhadores.
"Não tivemos um volume comercial que justifique a manutenção da actividade da empresa (naquele período). Vai ser criado um banco de horas", justificou o gerente-geral da fábrica em Portugal. A produção de "uma viatura por dia", explicou, é a meta da empresa, que, no entanto, não foi atingida nos últimos meses.
"Temos em perspectiva mais produção em Fevereiro, mas não temos como trazê-la para Janeiro, não é nosso interesse parar, mas acaba por ser a nossa defesa", disse Maurício Rizzotto. De acordo com o gerente, no geral, registou-se "uma quebra de 15 a 20 por cento", com a fábrica a produzir o ano passado 170 unidades, menos 30 do que é habitual.
A Marcopolo-Portugal foi criada em 2001, marcando o início da internacionalização da empresa brasileira, uma das principais fabricantes de carroçarias para autocarros e de soluções para o transporte colectivo em todo o mundo. O mercado português representa 35 por cento das vendas, sendo a Inglaterra o segundo cliente. Maurício Rizzotto afirmou que, "normalmente, o fim do ano é uma época em que o mercado português compra muita encomenda, para ser entregue até Fevereiro, Março, mas este ano houve uma quebra muito grande. A partir de Outubro o mercado retraiu-se". Quanto ao mercado inglês, o responsável associa a diminuição das encomendas à "valorização do euro face à libra", que tornou os produtos da Marcopolo mais caros para aquele país. Outra das razões apontadas é o encerramento em Inglaterra de uma empresa concorrente, que começou a vender os produtos "a qualquer preço".
"Esta é uma crise de crédito, os nossos comerciais estão na rua toda a hora, só que o banco pede um sinal e não há quem consiga efectivar condições de leasing", declarou. A suspensão da laboração ocorrerá até dia 25, estando prevista a retoma sa actividade para o dia 26, altura em que deverá ocorrer uma deslocação da direcção-geral da empresa do Brasil à fábrica de Coimbra.
A deslocação da direcção-geral "é habitual nesta época" e destina-se a "rever os resultados do ano" anterior, embora seja "natural que a actual situação seja discutida", segundo o gerente da fábrica em Portugal. A construção da carroçaria de autocarros em Coimbra é hoje quase cem por cento europeia (apenas os faróis dianteiros chegam do Brasil), sendo "80 por cento do material proveniente de Portugal, 15 por cento de Espanha e cinco por cento da Alemanha ou Holanda".
O mini-autocarro "sénior", versão europeia, foi o primeiro modelo desenvolvido na fábrica de Coimbra, de onde saem também outros modelos direccionados para o mercado europeu, nomeadamente o "Viale", "Viaggio III 350", "Viaggio III 370" (interurbano), e "Allegro".
Fonte:Publico.pt
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