sábado, 24 de janeiro de 2009
Nada de alarmante
Militares da GNR ainda dispararam dois tiros para o ar, mas os fugitivos não se intimidaram e escaparam às autoridades
Menos de 24 horas depois de ter sido presente a um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra, o indivíduo que protagonizou uma fuga com perseguição policial em Ançã esta quarta-feira, provocando um acidente que feriu uma condutora e que redundou na sua detenção na EN 111, volta a ser o principal protagonista de cena idêntica. Desta vez em ruas de Cantanhede e aldeias limítrofes, sempre em alta velocidade, bem à maneira “dos “triller´s de Hollywood”. Ontem, bem cedo, ainda não eram 07h30 da manhã, uma patrulha da GNR detecta um veículo de marca Honda estacionado no Largo Pedro Teixeira, no centro da cidade, com dois homens no seu interior, que levantaram suspeitas.
Na abordagem policial, o indivíduo que estava ao volante nem deu tempo ao agente de articular qualquer palavra. Põe o motor do carro a trabalhar e arranca a grande velocidade em direcção à Rua 5 de Outubro. O militar da GNR não teve dúvidas: o condutor era o mesmo da perseguição policial dois dias antes, em Ançã. O outro indivíduo, alegadamente, é um suspeito com residência em Ançã que faz parte do “gang”, que inclui uma rapariga de Cantanhede, referenciado pelas autoridades pela autoria de vários crimes e ao consumo de drogas.
Perante a fuga, os dois agentes da GNR, que usavam na sua missão de patrulhamento rotineiro um jipe Mitsubishi caracterizado não hesitaram. Encetam uma perseguição aos suspeitos que seguem em direcção ao bairro de S. João, várias ruas do centro da cidade, em direcção à rotunda da Jovimota, de acesso à EN 234-1.
O motor do Honda, roubado no dia 18 deste mês em Leiria, “roncava” e chamava a atenção de automobilistas e camionistas que se cruzavam com os fugitivos. O jipe da GNR (novo) acompanhava a pouca distância a “marcha infernal” dos suspeitos.
As tentativas dos agentes em convencer os suspeitos a parar não resultaram. Na EN 234, no sentido Cantanhede-Mira, a velocidade aumentou. Os agentes, via rádio, solicitaram apoio de outra patrulha que estava no exterior. Precisamente na zona para onde os fugitivos se dirigiam (em direcção a Mira).
Condução suicida
Na tentativa de “trocar as voltas” aos perseguidores, saem da EN 234 e entram na aldeia de Varziela, de ruas estreitas e em labirinto, com vários cruzamentos, continuando a praticar uma condução «suicida». Daqui seguem para outra localidade vizinha (Franciscas). Foi então que os agentes decidiram disparar dois tiros para o ar, intimidando os fugitivos, mas nem isso os fez parar. A perseguição continuou, agora novamente na EN 234. A segunda patrulha cruzou com o carro fugitivo, mas devido ao trânsito que já se notava nesta estrada, não pôde interceptar o veículo. Trânsito que acabou por dificultar a marcha do Mitsubishi dos agentes, cujo condutor não quis arriscar uma condução idêntica à dos fugitivos. Por isso estes lograram escapar (para já) às malhas da autoridade, que lhes perdeu o rasto na zona de Febres.
Cabe, agora, aos investigadores do NIC da GNR de Cantanhede localizar o arrojado “condutor” fugitivo, que como o DC noticiou anteontem, não tem carta de condução; provocou um acidente em fuga semelhante num carro roubado que fez um ferido; é suspeito de vários roubos e furtos; tem processos judiciais pendentes; e que deveria, desde ontem e todos os dias, apresentar-se no posto da GNR de Mira por ordem do Tribunal de Coimbra.
Autoridades policiais
“presas” pela lei
O Diário de Coimbra sabe que, quer um dos agentes que participou na perseguição quer um investigador dos NIC da GNR de Cantanhede, foram a Mira, onde reside o suspeito, pouco depois de lhe perderem o rasto, na zona de Febres. Passava pouco das 09h00 quando lhe bateram à porta. Ninguém atendeu. A ausência do suspeito na sua residência não deixa dúvidas ao agente que o abordou em Cantanhede ao volante do Honda. É o mesmo da perseguição em Ançã. O espanto destes elementos da GNR surgiu por volta das 10h00, quando o suspeito entra no posto da GNR de Mira para se apresentar às autoridades, conforme a ordem do tribunal. Confrontado com os factos vividos horas antes, o suspeito negou qualquer envolvimento na situação descrita, afiançando que àquela hora estava em casa. O certo é que o indivíduo “assinou o ponto” no posto da Guarda, bebeu um café e foi à sua vida, face à impotência das autoridades que, “manietadas” pela lei, não puderam deter o suspeito por não haver flagrante delito. Na presente situação, A GNR de Cantanhede vai entregar no Tribunal de Cantanhede o auto de notícia da ocorrência, que poderá decidir (ou não) chamar o suspeito para interrogatório e, eventualmente, alterar a medida de coação aplicada quinta-feira passada.
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