sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Declaração ambiental confirma ponte polémica

A construção de uma polémica nova ponte sobre o Mondego e de um viaduto sobre a Mata do Choupal, em Coimbra, foi confirmada pela Declaração de Impacto Ambiental que faz parte do projecto.

A construção do viaduto e de uma nova ponte sobre o Mondego, que faz parte do projecto de construção dos troços do IP3, IC2 e IC3, havia sido contestada por ambientalistas e dirigentes políticos locais. Mas a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) que agora foi tornada pública dá um parecer positivo a esse projecto, embora com algumas restrições.

A DIA diz respeito aos troços do IP3 (entre Trouxemil e Mealhada), o IC2 (entre Coimbra e Oliveira de Azeméis, com ligação à A32) e o IC3 (entre Coimbra e o nó do IP3), num projecto que abrange vias dos concelhos de Coimbra, Mealhada, Anadia, Águeda, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.

O projecto vai incluir "o atravessamento do rio Mondego e da Mata Nacional do Choupal totalmente em viaduto", dando uma "especial atenção à localização dos pilares no leito" do curso de água e prevendo a replantação de árvores para "compensar a população de Coimbra da diminuição do seu património florestal e a manutenção da sua área de recreio e lazer que actualmente dispõe".

A DIA prevê a reformulação dos nós de Trouxemil, Águeda Norte e medidas de minimização das áreas de serviço a construir.

Já em relação à travessia do rio Vouga, a DIA ordena que os estaleiros sejam afastados da zona ribeirinha para evitar "qualquer interferência no leito, margens e galeria ripícola".

Em Novembro, o Provedor do Ambiente de Coimbra mostrara-se contra a construção do viaduto, uma posição que foi também subscrita pela associação ambientalista Quercus.

"O projecto objecto do estudo de impacte ambiental agora analisado carece de justificação convincente no trecho de travessia da cidade de Coimbra, sendo de absoluta necessidade a proposta de alternativas para a travessia em viaduto da Mata Nacional do Choupal", defendia o parecer da Provedoria do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra.

Também "muito crítico" da eventual travessia no Choupal, o presidente do Núcleo Distrital de Coimbra da associação ambientalista Quercus, António Luís Campos, disse que "o processo foi muito mal conduzido".

"Vejo com alguma surpresa que não foram consideradas alternativas à travessia. Se o processo tivesse sido bem pensado, poder-se-ia alterar o nó junto à ponte-açude, construindo-o mais afastado da cidade", adiantou então o dirigente ambientalista.
PC/Lusa

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